sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Minha Ansiedade!!



Por causa da minha ansiedade, eu levo tudo para o lado pessoal. Se um amigo demora para responder uma mensagem, eu começo a assumir coisas. Ele não quer falar comigo. Estou incomodando. Ele está me ignorando de propósito. Ele não gosta de mim. Ele me odeia.
Eu hesito em mandar a primeira mensagem porque existe a chance de rejeição. Saber que alguém viu minha mensagem e decidiu não me responder me faz ter enjoo. Faz com que eu me sinta invisível. Mesmo que eu receba uma resposta em poucos minutos, eu ainda vou pensar demais nos detalhes. Se a mensagem é muito curta, ou soa muito superficial, eu vou me preocupar em estar desperdiçando o tempo do outro. Que ele só me respondeu por educação. Eu vou me enganar em acreditar que eu jamais deveria ter mandado algo.
Não importa quanto tempo de amizade eu tenha com alguém. Eu preciso de reafirmações constantes de que sou amada. Do contrário, eu vou imaginar a pior hipótese. Eu vou assumir que fiz algo de errado que o chateou, que não querem mais minha presença, que a amizadeacabou.
Minha ansiedade me faz super-analisar toda e qualquer situação. Não importa se alguém não pode passar tempo comigo no final de semana porque precisa trabalhar até tarde. Eu não vou acreditar nessa desculpa. Eu vou me convencer de que estão secretamente mentindo e secretamente não querem me encontrar.
Minha ansiedade me faz acreditar que o mundo está contra mim. Eu assumo que, se algo ruim pode acontecer, irá acontecer. É difícil manter uma postura otimista quando eu já passei por tantos e tantos momentos estranhos, quando já passei vergonha tantas vezes.
Eu nunca sei o que dizer em situações sociais. Ou eu sou muito calada ou falo demais. Eu não sei me comportar no modo ‘normal’. Eu não sei como me encaixar na multidão.
Como é difícil para mim manter uma conversa com familiares que eu conheço há anos (quem dirá com estranhos que puxam assunto na fila do mercado), eu assumo que todo mundo me odeia. Eu assumo que todo mundo ri de mim pelas costas.
É por isso que tenho problemas ao me relacionar. Eu não consigo flertar de volta, porque acredito que estão ‘apenas sendo simpáticos’. Mesmo que esteja claro que o cara está interessado, eu não crio esperança. Eu me convenço de que não irá durar muito. Que assim que ele me conhecer de verdade, ele vai perceber que não vale a pena me manter por perto, e vai pular fora.
Minha ansiedade me faz duvidar do meu valor, o que me leva a duvidar de todo mundo ao meu redor. Quando alguém me elogia, eu não acredito. Quando alguém diz que me ama, eu não acredito. Eu não entendo como pode ser verdade. Eu não entendo porque alguém iriar querer alguma coisa comigo.
Por causa da minha ansiedade, eu luto para reconhecer o meu valor. Eu só vejo um milhão de falhas.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Procura-Se Um Amor Que Goste De Tomar Litrão Sentado Na Calçada



Cheguei a um ponto da vida em que não sinto vontade de me dividir por quase ninguém. Não quero ser a metade de alguém que não seja a outra parte que procuro. Quero alguém que carregue pelo menos um pedaço daquilo que levo comigo; alguém que olhe para quem eu sou e diga: “Porra! É exatamente isso que eu quero para mim”.
Se hoje eu digo isso é porque percebi que nem todo mundo está pronto para receber o amor que tenho a oferecer. Não é qualquer pessoa que vai aceitar o meu jeito de levar a vida. Não é toda relação que vai me dar a liberdade de ser quem eu sou.
Ser feliz a dois tem ficado cada vez mais difícil.
Por muitas vezes eu me diminui para caber em um amor que nunca me deu espaço. Por outras vezes já tive que ser maior do que eu era, e, mesmo assim, sobrou espaço demais. No fim das contas, eu me cansei de tentar me encaixar em pessoas que nunca se sentiam confortáveis.
Hoje em dia eu prefiro alguém assim como eu. Quero uma pessoa que não se importe com os destroços que deixo pelo caminho; pelo contrário, quero alguém que caminhe junto comigo independente de qualquer situação.
Afinal, não adianta dividir apenas o coração, sabe? E o meu litrão gelado, quem vai dividir comigo? Quem vai sentar na calçada ao meu lado e falar sobre a vida? Quem vai dividir também experiências, medos, segredos?
Não adianta dar só amor. Também quero alguém que me dê ressaca. De bebida. De companheirismo. De vida.
O litrão você pode deixar por minha conta. Depois a gente analisa se o nosso amor merece a ressaca do dia seguinte.